O cluster set é uma técnica de treinamento avançada que se destaca por permitir o uso de cargas mais pesadas ou a manutenção da qualidade do movimento por mais tempo. Diferente das séries tradicionais, no cluster set há intervalos curtos de descanso entre as repetições, criando um estímulo único para o corpo.

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Muito utilizado por atletas e praticantes avançados, o cluster set é ideal para quem visa aumentar a força, melhorar a potência muscular ou, até mesmo, otimizar a hipertrofia — dependendo de como é estruturado o método.

Neste artigo, você entenderá como essa técnica funciona, seus benefícios e como aplicá-la em seus treinos.

O que é cluster set?

No cluster set, uma série é dividida em pequenos “blocos” de repetições, intercalados com curtos períodos de descanso. Por exemplo, em vez de realizar 10 repetições contínuas no supino, você pode dividi-las em 4 clusters de 3 repetições, com 15 segundos de descanso entre cada bloco.

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Essa pausa estratégica permite uma recuperação parcial dos músculos, reduzindo a fadiga e possibilitando o uso de cargas mais altas ou maior controle técnico.

Benefícios do cluster set

Os benefícios do cluster set vão além do simples aumento de força. Essa técnica oferece vantagens tanto para atletas de alto rendimento quanto para praticantes de musculação que desejam variar os estímulos:

  1. Aumento da força máxima: Os descansos curtos ajudam a manter o desempenho ao longo da série, permitindo o uso de cargas mais elevadas¹.
  2. Maior volume total: Dividir a série em clusters reduz a fadiga acumulada, possibilitando mais repetições com alta qualidade.
  3. Melhor qualidade técnica: A pausa entre os clusters evita que a técnica se degrade, especialmente em exercícios complexos, como agachamento e levantamento terra.
  4. Desenvolvimento de potência: Para exercícios explosivos, como o supino com potência ou arremessos olímpicos, o cluster set mantém a explosividade das repetições.
  5. Estímulo para hipertrofia: A combinação de alta carga, maior volume e controle técnico cria o ambiente perfeito para promover hipertrofia muscular².

Como aplicar o cluster set no treino?

A estruturação do cluster set varia conforme o objetivo do treino. Aqui está como implementá-lo de maneira eficaz:

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1. Defina seu objetivo

  • Para força máxima, utilize cargas entre 85% e 90% do seu 1RM (uma repetição máxima) e menor número de repetições por cluster.
  • Para hipertrofia, opte por cargas moderadas (70% a 80% do 1RM) e mais repetições por cluster.

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2. Divida a série em clusters

  • Em vez de executar uma série contínua, distribua o volume em blocos menores. Por exemplo, em vez de 10 repetições seguidas, faça 3 ou 4 clusters de 3 repetições.

3. Use intervalos curtos de descanso

  • As pausas entre os clusters devem variar entre 10 e 30 segundos. Após completar todos os clusters, faça o descanso tradicional (1 a 3 minutos) antes da próxima série.

4. Priorize a técnica

  • Como o cluster set permite controlar melhor os movimentos, foque na execução perfeita, especialmente em exercícios compostos.

    Exemplos de treino com cluster set

    Cluster set na rosca scott
    Cluster sets é uma técnica avançada com objetivo de quebrar platôs na musculação. Foto/reprodução: Freepik

    Força (agachamento)

    • Carga: 85% do 1RM
    • Estrutura: 4 clusters de 3 repetições (12 repetições no total)
    • Descanso: 20 segundos entre clusters e 2 minutos entre séries
    • Total: 3 séries

    Hipertrofia (supino)

    • Carga: 75% do 1RM
    • Estrutura: 3 clusters de 4 repetições (12 repetições no total)
    • Descanso: 15 segundos entre clusters e 90 segundos entre séries
    • Total: 4 séries

    Potência (levantamento terra explosivo)

    • Carga: 60% do 1RM
    • Estrutura: 5 clusters de 2 repetições (10 repetições no total)
    • Descanso: 10 segundos entre clusters e 2 minutos entre séries
    • Total: 5 séries

    Exemplo em vídeo

    Quais cuidados ter?

    Por ser uma técnica intensa, o cluster set exige atenção especial à execução e ao planejamento. O uso de cargas elevadas pode aumentar o risco de lesões se os limites pessoais não forem respeitados — menos ego e mais controle das cargas, leitor.

    Além disso, como o método gera maior desgaste muscular e neurológico, é fundamental incluir períodos adequados de recuperação entre os treinos — os chamados deloads.

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    Outra recomendação é limitar o cluster set a 1 ou 2 exercícios por sessão, focando em movimentos compostos como supino, agachamento e levantamento terra. A supervisão de um treinador pode ser valiosa para garantir a segurança e eficácia da técnica.

    Leia também: Método Treino FST-7, técnica utilizada pelo treinador do CBUM.

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    Qual a relação com a hipertrofia muscular?

    Embora o cluster set seja amplamente conhecido por seus efeitos na força e potência, ele também é eficaz para a hipertrofia. A técnica permite maior volume de treino com cargas pesadas, mantendo a qualidade das repetições e promovendo estímulos significativos para o crescimento muscular.

    O uso de cargas moderadas e intervalos curtos gera tensão mecânica e estresse metabólico, dois pilares essenciais para a hipertrofia. Assim, o cluster set pode ser uma alternativa eficiente para quem tem em vista variar o treino e otimizar os resultados.

    Últimas dicas

    O cluster set é uma técnica avançada que combina força, potência e hipertrofia em um único método.

    Dividindo séries em pequenos blocos com curtos descansos, você pode levantar mais peso, manter a qualidade do movimento e aumentar o volume total do treino.

    Se você já atingiu um nível intermediário ou avançado, o cluster set pode ser a solução para superar platôs e explorar novas estratégias de treinamento.

    Lembre-se de priorizar a técnica, respeitar os limites do corpo e buscar a orientação de um profissional para garantir treinos seguros e eficazes.

    Fontes consultadas (+)
    1. HAFF, G. G. Cluster training: practical applications for strength and power. Strength & Conditioning Journal, v. 32, n. 1, p. 66-76, 2010. Disponível em: https://doi.org/10.1519/SSC.0b013e3181c1f9cc.
    2. SCHOENFELD, B. J. The mechanisms of muscle hypertrophy and their application to resistance training. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 24, n. 10, p. 2857-2872, 2010. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/20847704.
    3. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position stand on progression models in resistance training for healthy adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 41, n. 3, 2009, p. 687-708. Disponível em: https://doi.org/10.1249/MSS.0b013e3181915670.

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