Possivelmente você já viu crianças, ou até mesmo adultos, com uma deformidade na região do tórax, onde o centro do mesmo está voltado para dentro. Esta deformidade é chamada de peito escavado. Neste artigo, abordaremos um pouco sobre essa anomalia, as suas causas e os tratamentos indicados.

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Definição de Peito Escavado

Peito Escavado
Peito escavado. Imagem/reprodução: jornaldepneumologia.

Sendo uma deformidade congênita, o peito escavado, também conhecido como peito de sapateiro, é uma anomalia da região torácica que faz com que o esterno se desenvolva para dentro.

Apesar de ser congênito, adquirido desde a nascença, o peito escavado nem sempre é detectado logo nos primeiros dias de vida do bebê. Porém, à medida que a criança se desenvolve e cresce, esta deformidade vai ficando mais evidente e só estaciona na fase adulta, quando o jovem para de crescer.

Os casos mais leves podem ser até imperceptíveis, enquanto os mais graves podem gerar complicações. Além do aspecto estético, nos casos mais graves, o peito escavado cria uma pressão maior nos pulmões e no coração, podendo ocasionar alguns problemas nestes dois órgãos, por exemplo:

  • Dificuldade na execução de exercícios;
  • Cansaço excessivo;
  • Dores na região torácica;
  • Aceleração no batimento cardíaco ou palpitações cardíacas;
  • Infecções respiratórias;
  • Tosse e/ou chiado no peito.

Um fator interessante nesta deformidade é que ela afeta, em média, quatro vezes mais meninos do que meninas.

Como Pode ser Detectado

Diagnóstico
Diagnóstico Fonte/reprodução: Google imagens.

Mesmo que o aspecto físico seja evidente, o peito escavado deve ser diagnosticado através de exames médicos. Entre os exames possíveis para diagnóstico do peito de sapateiro, estão:

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  • Tomografia computadorizada para verificar o nível de compressão dos pulmões e do coração (também pode ser detectada por meio de ressonância magnética);
  • Ecocardiograma, visando monitorar o desempenho cardíaco;
  • Testes com exercícios físicos, visando medir a resistência pulmonar;
  • Testes de desempenho pulmonar para medir o volume dos pulmões.

Estes exames são solicitados, geralmente, após testes físicos feitos na criança e depois de o histórico médico ser analisado.

Causas do Pectus Excavatum

Não se sabe ao certo o que causa esta deformidade na região do tórax. Estudos indicam que o aparecimento está ligado diretamente ao histórico familiar.

Em 35% dos casos já registrados de peito escavado existem familiares com o mesmo problema.

Uma das teses mais aceitas pelos profissionais de saúde é a de que a anomalia se dá devido a um crescimento fora do comum das cartilagens costais. Isto pode causar um deslocamento do esterno e, em consequência disso, o afundamento da parede torácica.

Consequências Psicológicas

Além das consequências físicas relatadas acima, o peito escavado também gera alguns transtornos psicológicos às pessoas que sofrem com a anomalia, principalmente relacionada à autoestima.

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Geralmente, os indivíduos que possuem o pectus excavatum (nomenclatura científica) costumam evitar situações de exposição estética como idas à praia. Além disso, é comum que tenham a autoestima baixa.

Em situações mais graves, também existem registros de desenvolvimento de pensamentos suicidas devido às complicações da deformidade.

O acompanhamento médico e psicológico é essencial e deve acontecer desde que o problema é detectado.

Outras Consequências Médicas mais Raras

É importante ressaltar que as consequências supracitadas são mais comuns e merecem total atenção dos pais e da própria pessoa. Porém, além delas, algumas complicações menos frequentes podem aparecer e é importante que comentemos sobre elas:

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  • Síndrome de Marfan: distúrbio presente no tecido conjuntivo, devido à ausência de produção natural da proteína fibrilina, causando possíveis problemas em várias partes do corpo, principalmente no coração, nos olhos e nos ossos;
  • Síndrome de Poland: uma síndrome que afeta o desenvolvimento dos músculos, geralmente de um dos lados do corpo. Sua causa é desconhecida e a sua característica principal é percebida geralmente no músculo principal do tórax;
  • Raquitismo: enfraquecimento dos ossos ocasionado pela ausência de fosfato, vitamina D e cálcio;
  • Escoliose: deformação lateral na coluna vertebral, na qual a coluna se curva de maneira incorreta.

Tratamento

Progressão do tratamento em uma criança
Progressão do tratamento em uma criança. Imagem/reprodução: kidshealth.

Existem duas formas principais e cirúrgicas de correção do peito escavado e elas devem ser empregadas em casos avançados e que apresentem problemas mais sérios para o paciente, sejam eles clínicos, físicos ou psicológicos.

Pacientes com uma deformidade leve, que não gera desconforto estético e que não apresentam sintomas que afetem a qualidade de vida, como palpitação cardíaca ou dificuldades respiratórias, normalmente não precisam dos procedimentos de correção.

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Estes procedimentos são:

  • Procedimento de Ravitch (ou procedimento aberto);
  • Procedimento minimamente invasivo (também conhecido como procedimento de Nuss).

Procedimento de Ravitch

Sendo mais invasivo, neste procedimento o cirurgião remove as costelas danificadas e as cartilagens, fratura o esterno e mantém o peito na posição correta através de um sistema de apoio.

O paciente fica com o peito e as costelas na posição plana após a cicatrização do esterno e das costelas. Geralmente, esse procedimento é feito em jovens com idade entre 14 e 21 anos.

Procedimento de Nuss

Técnica menos invasiva e mais moderna, o procedimento de Nuss consiste em pequenas incisões feitas no tórax do paciente, onde o cirurgião faz a inserção de uma barra de metal curva que empurra o esterno e as costelas com o objetivo de remodela-las. Após isso, uma barra estabilizadora é inserida para mantê-la no lugar.

Apesar de ser menos agressivo, a normalização da região torácica é atingida em 3 anos e, após isso, as barras são removidas por meio de procedimento cirúrgico.

Diferente do procedimento aberto, o procedimento de Nuss pode ser aplicado em pacientes a partir de 8 anos de idade.

Abordagens não cirúrgicas

Em casos intermediários e que não exigem procedimentos cirúrgicos, os médicos podem indicar sessões de fisioterapia.

Além disso, pacientes mais jovens podem ser tratados com um sino à vácuo e em casa. Neste método, um sino é posicionado no peito do paciente. O sino possui uma bomba que suga o ar do dispositivo, criando um sistema de vácuo e puxando o peito da criança para frente. Este processo é feito de maneira repetitiva e, com o tempo, o peito do paciente vai retornando ao formato normal.

Quanto Custa em Média o Tratamento?

Independente da gravidade, procure um médico

A partir do momento que o peito escavado é detectado ou alguns sintomas são percebidos, é importante que um médico seja consultado. A escolha do método de tratamento é responsabilidade do médico e apenas ele poderá indicar o procedimento ideal.

Fontes consultadas

Posterior a leitura você se identificou como portador do peito escavado? Nós aguardamos suas dúvidas e questionamentos, já que nossa equipe é muito curiosa sobre a opinião dos leitores.

Matéria atualizada em 6 de julho de 2021 por Basefitness

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