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Óleo de sementes ou manteiga: o que a ciência revela sobre essas gorduras?

Por muito tempo, a manteiga foi tida como a grande vilã da alimentação, enquanto os óleos de sementes ganharam a fama de opção mais saudável. Será que essa visão ainda se sustenta? Pesquisas recentes mostram que a história é bem mais complexa do que parece.

A polêmica entre manteiga e óleo de sementes

A manteiga, por ser rica em gordura saturada, foi durante décadas associada ao aumento do colesterol LDL, o “colesterol ruim”. Em contrapartida, óleos como os de soja, milho e canola, ricos em gorduras poli-insaturadas, conquistaram espaço nas cozinhas com a promessa de serem melhores para o coração.

No entanto, hoje sabemos que o processamento industrial de muitos óleos de sementes expõe esses produtos a altas temperaturas e substâncias químicas, resultando na formação de compostos como aldeídos, conhecidos por seus efeitos nocivos à saúde.

Portanto, a questão não se resume ao tipo de gordura. O grau de processamento do alimento faz toda a diferença.

O que revelam as pesquisas mais recentes

Manteiga, sementes de girassol, milho e garrafa de óleo dispostos de forma harmônica sobre fundo cinza claro
Curiosidade: Você sabia que a manteiga é rica em vitamina A natural, essencial para a saúde da visão e da pele? Já muitos óleos de sementes passam por processos de refinamento que podem reduzir a presença de nutrientes!

Estudos atuais apontam que consumir manteiga com moderação, em uma dieta equilibrada, não representa um grande risco para a saúde cardiovascular. Uma revisão publicada na revista Nutrients (2020) reforça essa visão, indicando que o impacto da manteiga é menor do que se pensava.

Já em relação aos óleos de sementes, a preocupação principal é o desequilíbrio entre os ácidos graxos ômega-6 e ômega-3.

Embora ambos sejam importantes para o organismo, o excesso de ômega-6, sem a devida compensação com ômega-3, pode favorecer processos inflamatórios e aumentar a incidência de doenças crônicas.

Assim, tanto a manteiga quanto os óleos de sementes têm seus prós e contras, dependendo sempre de como são incorporados à alimentação.

Afinal, qual faz mais mal?

A resposta não é preto no branco. Tudo depende da quantidade, da frequência e da qualidade do que é consumido.

A manteiga, por ser menos processada, oferece uma gordura natural, mas deve ser consumida com parcimônia. Já os óleos de sementes refinados, devido ao processamento agressivo, podem conter compostos inflamatórios que merecem atenção.

Em vez de demonizar um ou outro, o ideal é analisar o contexto geral da dieta.

Consumidos com moderação e em um padrão alimentar saudável, tanto a manteiga quanto alguns óleos vegetais podem ter seu espaço.

Como fazer escolhas mais inteligentes

Quer melhorar a qualidade das gorduras no seu dia a dia? Aqui vão algumas dicas práticas:

  • Prefira azeite de oliva extra-virgem como principal fonte de gordura.
  • Ao optar pela manteiga, escolha versões tradicionais e sem aditivos.
  • Reduza o consumo de óleos de sementes refinados.
  • Evite alimentos ultraprocessados ricos em gorduras ocultas.
  • Aumente a ingestão de alimentos ricos em ômega-3, como peixes gordurosos, linhaça e chia.

Pequenas mudanças podem ter um grande impacto na sua saúde a longo prazo.

Uma curiosidade que vale saber

Você sabia que o predomínio do azeite na dieta mediterrânea não foi uma simples preferência gastronômica, mas uma adaptação natural à abundância de azeitonas na região?

Esse hábito, que parecia somente cultural, hoje é apontado como um dos pilares da famosa Dieta Mediterrânea, considerada uma das mais saudáveis do mundo.

Mais uma prova de que tradição e ciência, muitas vezes, caminham juntas.

O veredito

Comparar manteiga e óleos de sementes sem considerar o todo é um erro comum. Não existe um único culpado: o excesso, o tipo de processamento e a qualidade geral da alimentação são os verdadeiros determinantes da saúde.

Priorize alimentos pouco processados. Diversifique as fontes de gordura. Mantenha o equilíbrio na dieta. Essas são estratégias simples e eficazes para proteger seu coração.

E você, já pensou em revisar o tipo de gordura que coloca no seu prato diariamente?

Fontes consultadas

  1. TURNER, Nicholas D. et al. Red Meat Consumption and Cardiovascular Health: An Updated Review. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 2022.
  2. LEACH, James. Which Is Worse: Butter or Seed Oils? BarBend, 2024.
  3. GUNASEKERA, Duminda et al. Vegetable oils and their processing: Potential health risks. Nutrients, 2020.
  4. SIMOPOULOS, Artemis P. Omega-6/Omega-3 Ratio and Health Risks. Nutrients, 2020.
  5. Healthline. Are Vegetable and Seed Oils Bad for You? Healthline, 2024.
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